sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Uma nova geração em OKC

     
       
      Os Oklahoma City Thunder são uma das melhores equipas da NBA (lideram, aliás, a Liga com apenas 12 derrotas). Liderados por Kevin Durant, a fazer uma época monstruosa e, para já, candidato mais forte a arrecadar o título de MVP, são particularmente temidos pelo Big Three que conseguiram formar nos curtos anos de existência da equipa – juntam-se a Durant, Russell Westbrook (esta época tem estado afastado por leões) e Serge Ibaka (o espanhol nascido do Congo que está a registar uma inacreditável temporada, com médias de 17 pontos, 10 ressaltos e 3 bloqueios por jogo). Mas o segredo para conquistar campeonatos reside não apenas na qualidade das estrelas: é imprescindível rodeá-las com role players preparados para saltar do banco e garantir a qualidade defensiva e ofensiva, permitindo às principais figuras preciosos minutos de descanso. Neste aspecto, a equipa de OKC tem batalhado para atingir a fórmula perfeita. Se na primeira corrida ao título, há 3 temporadas, com James Harden – já All-Star e líder em Houston - como figura principal do banco, ficaram bastante aquém dos Miami Heat nas Finais, conseguirão fazê-lo com outros atletas sem o rótulo de estrelas? A questão merece estudo – afinal, só conhecendo a nova geração de jogadores de Oklahoma poderemos prever o impacto nos playoffs.


Reggie Jackson e Jeremy Lamb herdaram a difícil tarefa de contribuir com os pontos e minutos que outrora pertenceram a James Harden e Kevin Martin. Enquanto jovens jogadores, enquadram-se perfeitamente no que tem sido a política de contratações da equipa do Oeste. Há um padrão na aposta em jovens, com contratos baratos e carentes de provar o seu valor que continua bem patente no duo Jackson-Lamb. Com a companhia de Durant, Westbrook, Ibaka e Fisher, os pupilos de Scott Brooks encontram um cenário propício de cruzamento entre qualidade e veterania para o crescimento como atletas e profissionais.

Reggie Jackson, com 23 anos e na terceira temporada com os Thunder, tem surgido em excelente plano perante a difícil de tarefa de preencher o lugar de Westbrook, ausente devido a lesões. Desde o primeiro ano que o jovem base tem registado evidentes melhorias no jogo ofensivo e eficácia do lançamento – e isso evidencia-se nas estatísticas. Esta temporada, com mais minutos e jogos a titular, consagrou-se como uma solução ofensiva de valor: 17 pontos e 5 assistências por partida. O que mais se destaca em Jackson é a facilidade de criação de jogadas ofensivas, aliviando Durant da carga de ser o playmaker e o finalizador das ofensivas. Aos 23 anos, o base destaca-se pela criatividade, facilidade de lançamento e velocidade. Quando Westbrook voltar, Derek Fisher não vai ter vida fácil para conseguir minutos no court face à concorrência de Reggie Jackson.

Jeremy Lamb, 21 anos, foi desde a chegada a Oklahoma alvo de elevadas expectativas, em torno da sua contribuição ofensiva, que acabaram por se traduzir num efeito nocivo no seu rendimento durante o ano passado. As oportunidades acabaram por ser poucas (apenas 23 jogos e média de 6 minutos), o que levou muitos a duvidarem da capacidade de nesta época poder ser já um verdadeiro contribuidor. Mas Lamb encontrou o seu espaço na manobra da equipa, beneficiando dos double teams feitos a Durant, Jackson e Ibaka para conseguir bons lançamentos e ir ganhando confiança. Até agora, Lamb tem um bom registo, com 10 pontos e 50% em lançamentos de 2 pontos. Somado com Jackson, o duo garante uns sólidos 27 pontos por partida, preenchendo bem o papel de James Harden ou Kevin Martin.


Para lá destas duas maiores vedetas que saltam no banco, há mais um nome que tem ganho consenso como uma das futuras estrelas da NBA: Steven Adams. O gigante chegou, por opção, muito novo à NBA (tem 20 anos), mas o seu potencial tem deixado muita expectativa em torno dos fãs de OKC. Ao contrário de Perkins, o jovem da Nova Zelândia traz à equipa um estilo de jogo mais instintivo e a capacidade de finalizar debaixo do cesto, através pump fakes ou rápidas desmarcações. O seu impacto em campo ainda não se traduz nas estatísticas individuais, mas colectivamente o neo-zelandês permite a Scoot Brooks pôr em campo uma equipa mais versátil e veloz nos momentos ofensivos.

A fechar, falemos de Perry Jones, porventura o jovem mais desconhecido dos quatro, mas que, aos poucos, vai despertando atenções pelas capacidades ofensivas e contributo defensivo (na primeira partida da fase regular contra os Heat passou alguns minutos a defender Ray Allen e até LeBron, deixando uma boa imagem perante a dificílima tarefa). O forward é um dos jogadores mais rápidos na equipa dos OKC, o que lhe permite defender qualquer jogador adversário. No seu segundo ano de NBA, Perry Jones faz lembrar um jovem Iguodala ou Paul George a menor escala. É daqueles que, a qualquer momento, vai ter um jogo de explosão.


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