segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Entre lesões e poupanças, quem são as caras novas dos Spurs?


    Aos 31 anos Tony Parker vem de uma das melhores épocas individuais da sua já longa carreira – presença nas finais da NBA, campeão europeu pela França e MVP do torneio e recém eleito melhor jogador europeu do ano. O veterano base dos Spurs mantém-se como um dos melhores da Liga na posição de playmaker, registando esta época uns impressionantes 20 pontos e 8 assistências por jogo. Contudo, Greg Popovich sabe que o auge do seu big three – Ginobili (36 anos), Duncan (37 anos) e Parker – já passou e que para extrair o melhor deles precisa de promover rotações fisicamente menos exigentes e poupá-los em alguns back to backs. Assim se compreende que os suplentes em San Antonio tenham agora uma importância maior do que a do típico role player, somando bastantes minutos e até alguns jogos a titular. Mas para lá dos já bem conhecidos Boris Diaw, Matt Bonner e Marco Belinelli, quem tem alinhado pelos vice-campeões?

     Patty Mills, o base australiano que cumpre a terceira época no Texas, viu a sua presença em campo aumentar de 11 para 18 minutos em relação à época transacta. Após uma estreia algo tímida, Mills já assume, em certas noites, algum protagonismo na equipa dos San Antonio – e isso evidencia-se na média de pontos, que aumentaram de 5 para 9 por jogo. Bom atirador de média e longa distância (43% da linha de 3 pontos), o jogador de 25 anos precisa ainda de melhorar a sua capacidade de distribuição de jogo (soma apenas 3 assistências por partida). O auge do seu percurso pelo Spurs surgiu recentemente, num jogo frente aos Charlotte Bobcats, em que anotou 32 pontos, 4 assistências, 7 ressaltos e 2 roubos de bola.

A grande exibição de Mills, frente aos Bobcats.

     Jeff Ayres, o antigo jogador dos Pacers (onde ainda era conhecido por Pendergraph, até mudar de nome quando conheceu o seu pai biológico), tem sido outra aposta recorrente de Popovich, somando mais jogos a titular esta época – já leva 10 – do que em toda a carreira, muito devido à lesão do brasileiro Thiago Splitter. Apesar das estatísticas não impressionarem – 3 pontos e 4 ressaltos em 14 minutos por noite – o número 11 dos Spurs tem contribuído defensivamente com a sua presença no paint e registado uma interessante evolução a nível ofensivo. Apesar de tudo, Jeff Ayres é um atleta muito limitado, principalmente a atacar, o que lhe deverá custar bastantes minutos aquando dos playoffs.

Jeff Ayres afunda com estilo contra os Timberwolves.

     Nando de Colo - base-atirador francês – chegou ao Texas rotulado como o novo Ginobili, um rótulo que cria bastantes expectativas e, consequentemente, pressão sobre o jovem jogador. O desempenho não correspondeu, de todo, às expectativas e o atleta chegou até a expressar algum descontentamento com o seu lugar na equipa. Este ano, contudo, e muito graças à onda de lesões que assolou os Spurs (Danny Green, Leonard, Splitter), a insistência de Popovich começou a dar frutos e Nando de Colo registou, nos últimos 10 jogos, números algo interessantes: 8 pontos e 3 ressaltos em 17 minutos por noite. Ainda assim, os rumores apontam para uma futura troca, pelo que é de presumir que Popovich entenda que não consegue extrair muito mais do francês (se ele não, quem conseguirá?).


     Para terminar, Cory Joseph, que soma já 11 jogos a titular no backcourt dos Spurs. O base canadiano – já carinhosamente chamado de CoJo – aterrou em San Antonio apenas após um ano de universidade, e o seu jogo, ainda algo imaturo, não lhe permitiu somar muitos minutos, participando apenas em menos de 60 jogos nas duas últimas temporadas e rodando entre a NBA e a D-League. Este ano, contudo, o cenário mudou e Joseph já participou em 40 partidas, somando na última dezena 8 pontos, 3 ressaltos e 2 assistências. O base destaca-se, sobretudo, defensivamente, mas esta época tem aparecido mais destemido no lançamento exterior. Face à tenra idade 22 anos, será um jogador que Popovich quererá manter por perto pelo menos por algumas épocas.