quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Os 10 minutos de Greg Oden


                Greg Oden foi número 1 no Draft de 2007 (à frente de Kevin Durant) e, aos 26 anos (apesar de aparentar 50) está a tentar ressuscitar para o basquetebol, após uma época afastado da modalidade.
                Tudo começou na equipa de Ohio State, onde, após falhar o início de época por lesão, terminou a época com uma média de 16ppg, 10 ressaltos e 3 bloqueios e foi eleito Defensive Player of the Year. O hype foi tremendo. Steve Kerr chamou-lhe um once-in-a-decade player e só parou em Portland, após ser a 1ª escolha no Draft de 2007.


     Antes do início da época, uma micro-rotura no joelho direito fê-lo parar e perder toda a temporada. Na época seguinte, só em Novembro viria a marcar os primeiros pontos na NBA, exactamente um ano antes de voltar a sofrer uma mirco-rotura, desta vez no joelho esquerdo, que lhe voltaria a custar não apenas uma, mas duas temporadas, devido a complicações no estado do joelho. Após quatro intervenções cirúrgicas, foi dispensado pelos Portland Trail Blazers e o gigante poste decidiu afastar-se dos courts em 2012-2013 para se reabilitar.
                Fast forward para a pré-época da presente temporada, em que os Heat assinam Greg Oden para uma época, numa salto de fé do front office de Miami. Em Janeiro de 2014, o poste voltava a jogo desde Dezembro de 2009.

Greg Oden regressou à competição em Janeiro, contra os Washington Wizards, e logo com um afundanço.

     Greg Oden parece ter encontrado a equipa ideal para regressar em grande. Os Heat são, após dois anéis, uma equipa experiente, consciente da longevidade das temporadas e capazes de gerir o seu plantel para se apresentarem na máxima força quando realmente importa: nos play-offs. Mas, ao mesmo tempo, os Heat encontraram também o monstro perfeito para batalhar com aquela que será a maior preocupação na presumível batalha pelo Este com os Indiana Pacers: Roy Hibbert (e agora também Bynum).
    
    Chris Bosh e Chris Andersen dificilmente seriam capazes de conquistar espaço ofensivo face à imponência e intensidade de jogo de Hibbert (um candidato evidente a Defensive Player of the Year) e faltam-lhes o poderio físico para incomodar o gigante de Indiana nas acções ofensivas da equipa de Paul George e companhia. A gigantesca dor de cabeça que Hibbert iria causar – obrigando Miami a colar dois defesas ao poste, abrindo espaço para que os lançadores de Indiana pudessem bombar de variadas distâncias – encontrou em Oden o melhor remédio possível. No fundo, Miami encontrou o seu (anti-)Hibbert.


    Assim, mais do que o que Oden pode fazer pelos Heat enquanto estiver no court, o que realmente importa é aquilo que os Heat já não terão que fazer (o tal recurso ao double team).

     A resposta de Larry Bird, comandante de Indiana, não se fez esperar e, perante os minutos que Oden vai somando na fase regular, resgatou Andrew Bynum – mais um gigante perdido, após lesões e uma tumultuosa passagem pelos Cleveland Cavaliers. Com Bynum, os Pacers ganham mais uns minutos de presença física no paint enquanto descansam Hibbert e deixam os Heat numa clara desvantagem debaixo do cesto. Desvantagem ainda mais evidente quando Oden dificilmente conseguirá ultrapassar a barreira dos 10 minutos por jogo.

     Uma coisa é certa: já está na cabeça de todos os fãs o confronto no jogo 7 da final da Conferência Este entre os Pacers e os Heat. As próprias movimentações no mercado destas equipas confirmam essa antecipação. E 10 minutos de Oden poderão ser a diferença entre uma quarta ida consecutiva à final ou o fim de uma era.