Na passada
quarta-feira (dia 19 de Fevereiro) os Bulls deslocaram-se a Toronto, num
confronto importante na disputa por um lugar no pódio da Conferência Este. Mas
outro ponto de interesse foi o regresso de D.J. Augustin ao Canadá, de onde
havia sido dispensado no início de Novembro, na sequência da troca que envolveu
a mudança de Rudy Gay para Sacramento. D.J. apareceu no Air Canada Centre com
desejo de provar o seu valor e o seu contributo foi determinante, esclarecendo
os fãs dos Raptors sobre o valor da peça que tinham deixado sair pela porta
pequena: com 19 pontos, com 4 triplos em 5 tentados. O jogo do base nem foi
brilhante, mas foi suficiente para provar da sua versatilidade e capacidade
para alinhar em qualquer equipa da NBA. Pelo meio, vingou-se de alguns fãs,
discutindo com adeptos dos Raptors e festejando efusivamente o sucesso dos
Bulls.
Contudo,
a presente temporada começou da pior forma possível para D.J. Augustin. Na sua
6ª época na Liga, o base americano aterrou em Toronto depois de uma época em
Indiana onde registou o seu recorde de menos minutos por partida. Muito mudou
em 2 anos para D.J.: em 2011 era titular em Charlotte, com médias de 14 pontos
e 6 assistências, e na recta final de 2013 perdeu espaço na rotação dos
Raptors, o que viria a conduzir à sua dispensa. Aos 26 anos D.J. estava sem
equipa, cenário nunca animador para um atleta que ambicione a longevidade na
NBA.
Os
Bulls, feridos por mais uma lesão de Derrick Rose e as perspectivas de um back court órfão de um point guard com calibre para combinar
com Boozer, Noah e companhia – Hinrich sente-se mais confortável na posição de
atirador e M. Teague desapontou – estavam atentos e poucos dias após D.J.
aterrar na free agency garantiram o
seu concurso. Os Bulls caminhavam para um abismo, mas a chegada do base veio a
coincidir com o ressuscitar da competitividade da equipa e consequente regresso
às vitórias, mesmo após a troca de Luol Deng. D.J. Augustin leva, em 34 jogos,
um impressionante registo de 14 pontos e 6 assistências, com uma eficácia de
45% da linha de 3 pontos – números esses que sobem para 18 pontos e 7
assistências quando titular.
D.J.
Augustin tornou-se o maestro para uma orquestra desordenada em Chicago.
Comparando estatísticas, verifica-se que o base tem uma média de minutos com a
bola nas mãos semelhante à Chris Paul, Lillard e Curry. Tom Thibodeau deu-lhe
as chaves do carro: é ele quem coordena as ofensivas, promovendo pick and rolls com os gigantes de
Chicago que terminam com um lançamento isolado ou a assistência para debaixo do
cesto. Mas é sobretudo o clima de confiança nas suas capacidades que elevou o
jogo de D.J.: ao contrário do que acontecia em Toronto, o base sabe que não
está a um erro de ficar sentado no fundo do banco durante os jogos seguintes, e
isso liberta a sua criatividade.
A
influência do base – que coincide igualmente com a afirmação da equipa dos
Bulls no 2º lugar da Divisão Central – tem sido destacada pelos próprios
colegas e treinador:
“Ele mudou tudo. A
equipa estava mal e o D.J. chegou para nos facilitar a ofensiva, marcar pontos.
Acredito que sem ele não teria chegado ao jogo All-Star” - Joakim Noah
“Nós tínhamos uma
grande necessidade de um base criativo e o D.J. apareceu disponível. Foi
excelente timing e uma grande
felicidade para nós.” – Tom Thibodeau
Aos
26 anos, Augustin conquistou o seu lugar na NBA – ou pelo menos em Chicago – e
é a prova viva de que na Liga há uma fronteira muito ténue entre o insucesso e
os playoffs que pode muitas vezes ser
ultrapassada com a adição de um jogador dispensado.