A temporada iniciou agora a sua segunda parte, após
o final do fim-de-semana Al l Star, altura sempre propícia para uma perigosa
previsão sobre os jogadores que mais evoluíram desde a época transacta. Como
todos os anos, muitos candidatos se perfilam, o que obriga, desde logo, a um
exercício de filtração do excesso de jogadores. Para tal, importa realçar que o
prémio de Most Improved Player (MIP) cedido pela NBA ao atleta que maior
evolução registou no seu jogo a cada temporada (no ano passado, o vencedor foi
Paul George) é, sobretudo, uma menção baseada na qualidade da contribuição para
o sucesso da equipa e não na quantidade. Ou seja, há muitos nomeados crónicos
que surgem como candidatos em relação aos quais não existe, de facto, uma
evidente melhoria qualitativa no seu jogo, mas apenas um aumento do número de
minutos em campo, o que faz, naturalmente, aumentar o seu impacto estatístico
no jogo a nível de pontos, assistências e ressaltos, mas pode nada significar a
nível de evolução como atleta.
Partindo de tal consideração, há alguns jogadores
que vamos, desde já, afastar. Terrence Jones, dos Houston Rockets, tem sido um
dos jogadores mais invocados para o MIP. Contudo, analisando a sua temporada
constata-se que, apesar de existir um evidente salto na sua importância na
equipa, particularmente como ressaltador e lançador a curta e média distância,
a melhoria no seu contributo tende a seguir o padrão de um jogador de 2ª época
de NBA a quem são concedidos mais minutos – ou, no caso, a titularidade. Jones
melhorou alguns aspectos do seu jogo – nomeadamente a eficácia do seu
lançamento – mas, no geral, as suas médias apenas se ajustaram ao aumentar de
minutos em campo. A mesma conclusão vale para Gerald Green e Eric Bledsoe, dos
Phoenix Suns. Por outro lado, jogadores como Anthony Davis ou Kendall Marshall
não serão por nós considerados porquanto chegam a esta temporada após uma época
complicada, seja por lesões ou por se encontrarem sem equipa, que torna menos
rigoroso o processo de verificar da sua real evolução qualitativa. Mas
elenquemos então a nossa lista de favoritos:
- John Wall. O base dos Washington está esta
temporada a manter os seus registos individuais na casa dos 20 pontos e 8
assistências, mas a sua evolução como jogador e líder é inegável. A nível
defensivo, Wall é já o 5º jogador da NBA com mais roubos de bola e o 2º base em
bloqueios. O seu lançamento exterior, em particular da zona de 3 pontos, passou
de inexistente a uns interessantes 33% e da linha de lance livre o base
aumentou a sua eficiência de 80% para 83%. A isto acresce que John Wall se
tornou, esta época, o líder incontestado em Washington, assumindo o objectivo
dos playoffs e motivando os seus colegas a elevarem o seu jogo.
- Goran Dragic, dos Suns, é um dos mais fortes
candidatos a arrecadar o prémio. O base esloveno em pouco alterou a sua média
de minutos em relação à época transacta, mas aumentou a sua contribuição a
nível de pontos (já leva uma média de 20 por partida), eficácia de lançamento
livre, lançamento de 3 pontos e lançamentos de curta e média distância,
registando máximos de carreira nos três últimos. O seu número de assistência
decaiu de 7 para 6, mas a quebra compreende-se em virtude de Dragic surgir esta
época mais numa posição de atirador, face à presença de Bledsoe. A
surpreendente época dos Phoenix pode bem servir de argumento para que Dragic
seja MIP.
- Lance Stephenson. Para muitos favorito, o jovem de Indiana agarrou o
seu lugar a titular nos Pacers e tem-se destacado como uma ameaça ofensiva,
capaz de um triplo duplo a qualquer noite. Lance está a registar recordes de
carreira em lançamentos de curta e média distância e da linha de 3 pontos,
aumentou os seus ressaltos de 4 para 7 e as suas assistências de 3 para 5 –
tudo isto com um mero aumento de 6 minutos de presença em campo. É o grande
favorito.
Também publicado aqui.